quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Startups


Por Felipe Libório


Quando o estudante de Ciência da Computação Marcelo Henrique da Silva, 20, iniciou a Ingresse em 2009, não imaginava que o site de compras de ingressos fundado com quatro amigos o levaria a um evento com 500 outras startups em Mountain View, Califórnia. Hoje o empreendimento agrega uma equipe de 16 pessoas e intermedia a venda de ingressos para cerca de 30 eventos, festas e espetáculos em Manaus.

Marcelo contou ao UfamNomics que o foco do site não era apenas usuários interessados em consumir, mas recomendar, comentar e interagir com o conteúdo disponível na rede “Nós tivemos a idéia há cerca de dois anos, quando o Gabriel Benarrós (presidente da Ingresse), que estudava em Stanford, comentou sobre as empresas de vendas de ingressos online que estavam bastante populares nos Estados Unidos, mas que eram sem graça por não permitir aos clientes descobrir novos lugares ou interagir com outras pessoas”, conta Marcelo, que com outros dois amigos, decidiu criar uma loja virtual de ingressos que atendesse as necessidades desses usuários e oferecesse o serviço gratuitamente.

No site da AssociaçãoBrasileira de Startups (ABStartups) estão registrados 295 empreendimentos que atuam desde o recrutamento e seleção de recursos humanos para empresas até a venda de camisetas estampadas. No Brasil, as startups se multiplicam no rastro do crescimento das compras virtuais. Com o surgimento de 39,5 mi de usuários com acesso à internet no país entre 2007 e 2011, o faturamento do e-commerce (comércio através de lojas virtuais) saltou de R$6,3bi para R$19bi no mesmo período. 

Apesar de serem um modelo de negócios que inicia com poucos recursos e funcionários, o desempenho e crescimento das startups tem atraído a atenção de investidores. Uma das startups mais bem sucedidas é o site de compras coletivas Peixe Urbano, fundado em 2010. Em dois anos, o site já vendeu mais de 900 mi de cupons de compras coletivas e hoje emprega 900 funcionários no Brasil, Argentina e México. Somente no primeiro ano de mercado, a empresa obteve um faturamento de R$110mil.


Dois anos e meio após sua fundação, a Ingresse já consegue ver o reconhecimento de seu trabalho. Em abril, a empresa foi aceita no programa de aceleração 500 startups, iniciativa que financia empresas em estágio inicial com investimentos entre US$10 mil e US$250 mil. O programa, que acontece no Vale do Silício, famoso por abrigar empreendimentos inovadores e milionários, também coloca jovens empreendedores em contato com investidores e outros jovens interessados em iniciar novas empresas.

Para Marcelo da Silva, ao começar uma startup é fundamental estar disposto a correr riscos. “A parte mais difícil de começar um novo empreendimento é parar de inventar desculpas como ʻnão tenho dinheiro para começar meu negócioʼ ou ʻpreciso estudar mais um pouco sobre isso ou aquiloʼ. Ninguém nunca está pronto e para empreender é preciso arriscar”, afirma. Para se dedicar ao Ingresse, Marcelo trancou o curso de Ciência da Computação na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e pediu demissão de uma grande empresa de bancos de dados e hospedagem de sites de Manaus. “No começo minha família tinha muitas dúvidas, mas hoje encaram a minha decisão de largar a faculdade e o emprego como uma boa escolha”, diz ele. Questionado sobre seus planos para o futuro, Marcelo não esconde o espírito empreendedor. “A Ingresse ainda tem muitas realizações pela frente e devo me dedicar a elas durante esse ano. Depois pretendo voltar para a faculdade, me graduar e levar adiante minha formação acadêmica e os projetos pessoais em educação e desenvolvimento que quero implantar no Amazonas.



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